Quando é que passará esta noite interna, o universo, E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado? Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar. As estrelas pestanejam frio, Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio, Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro, Ou este teatro(*) sem drama, E recolherei a casa? Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo? É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei; E então será dia. Sorri, dormindo, minha alma! Sorri, minha alma, será dia!
Álvaro de Campos- Contemporânea,
07/11/1933
esses olhos lindos do gato da tua história lembraram-me o lindissimo poema de Fernando Pessoa
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