terça-feira, 1 de abril de 2008

Descanso eterno...


Dia menos dia aguardava que viesse acontecer o que era previsível,porque a idade e os problemas que surgiram ultimamente numa fase galopante assim testemunhavam.
Ontem um vizinho nosso foi chamado à casa do Pai. A esposa preparada aceitou e reagiu bem ,embora saibamos que as saudades e recordações,vão bater-lhe à porta do coração. Este casal com um record de 61 anos de casamento.
Estive com ela um pouco ,e seus familiares a fazer companhia e sobretudo a orar em silêncio.
A determinada altura ela pergunta-me se quero ver o rosto do marido.
Respondi-lhe que não,que não levasse a mal,mas nunca gosto de ver as pessoas falecidas,porque gosto sempre de manter a recordação, da maneira como vi a pessoa pela última vez,e é assim que gosto de a recordar.
E, em conversa com meu marido já tenho dito muitas vezes,que a pessoa assim que falece, o caixão não deveria ser mais aberto.Não gosto de ver o corpo de ninguém em "exposição". Sei que em raras excepções não é permitido.
Mas já fiz questão de lembrar ao meu marido ,caso seja eu a primeira a "partir", primeiro do que ele,não quero o caixão aberto,só têm que fazer a vontade a quem parte que assim seja,ao menos façam a vontade a uma fora-da-lei uma vez na vida!...rsrsr

2 comentários:

ladoalado disse...

Minha querida jovem...o rosto de quem partiu é ainda o rosto do ser que amámos e continuaremos a amar; não é para exposição que ali está é para despedida, como quando partimos em viagem e assomamos à janela do combóio...
Claro que um dia, que desejo longínquo - e espero que tu também, porque o Senhor quer ainda muito de ti entre os irmãos! - poderá ser respeitada a tua vontade. Mas, neste entretanto, ama "a vida que Ele te deu em abundância" e faz render os teus talentos, como tão bem sabes fazer...
Tenho saudades de ti, menina refilona! E fiquei encantada com aquela foto de bebé de quem ainda tens a carinha e a expressão...
Bjnh!!

Alecrim disse...

Eu não gosto de te "ouvir falar" assim. Odeio o tema "morte", odeio a sombra que ele projecta na vida dos que ainda estão vivos. Eu bem sei que a vida é uma passagem... mas importa vivê-la.
Gosto muito de ti, Aurora, aprendi a conhecer a menina doce atrás da "resmungona". Um beijinho, e bebe o sol de cada manhã, vive enquanto estás viva, que eu tento fazer o mesmo!