Quando os corpos voltarem à vida
saberão ainda caminhar?Ou andaremos a
tentear as coisas?Voltaremos a vacilar
como meninos no começo?
A carne transparente e desvalida
irá sentir-se exilada?Iremos procurar
bengalas,muletas,mãos e remos
nessa pátria tão desconhecida?
Como o convalescente volta vacilante
a caminhar,como o desterrado
que não entende a lingua da gente,
o corpo estranhará,cambaleante,
a sua nova atitude de ressuscitado,
meninos,por fim,recémnascidamente.
Jose Martín Descalzo
Tentativa de tradução de um dos poemas do Testemunho do Pássaro solitário, de que estou a gostar muito.
saberão ainda caminhar?Ou andaremos a
tentear as coisas?Voltaremos a vacilar
como meninos no começo?
A carne transparente e desvalida
irá sentir-se exilada?Iremos procurar
bengalas,muletas,mãos e remos
nessa pátria tão desconhecida?
Como o convalescente volta vacilante
a caminhar,como o desterrado
que não entende a lingua da gente,
o corpo estranhará,cambaleante,
a sua nova atitude de ressuscitado,
meninos,por fim,recémnascidamente.
Jose Martín Descalzo
Tentativa de tradução de um dos poemas do Testemunho do Pássaro solitário, de que estou a gostar muito.
(a escultura é de Soares dos Reis - o Desterrado)
2 comentários:
Ó pá, o sr. Descalço é da Aurora! :))
Menina Dulcineia-deram-me este livro,que olhei de soslaio...mas como não recuso à priori resolvi começar a ler...e encontrei um Descalzo absolutamente diferente e muuuuuuuuito lindo,que tb adoptei...
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